Cada um vem ao mundo com a sua própria missão, porém, no caminho, as vezes existe a intervenção na missão do outro, claro que existe a boa intenção, porém, isso não é saudável, espíritos evoluídos podem indicar o caminho, mas, não devem pegar a bagagem do viajante para aliviar a sua caminhada. No decorrer da nossa existência vamos construindo a nossa bagagem. 

E por que algumas são tão leves e outras pesadas?

Existe um mistério?

 Sim, alguns aprendem a se libertarem do peso e carregam apenas, esperança, oportunidade, aprendizagem, fé e evolução. Outros levam dor, arrependimento, angústia, a tristeza do próximo, a fraqueza e o desanimo.

Quando decidimos ajudar temos um grande trabalho pela frente, porque a primeira ajuda começa quando mostramos ao outro qual necessidade dele está mais necessitada de cuidados.

E como isso é possível? 

Através do olhar espiritual, é quando não enxergamos a matéria e sim a Essência, é quando captamos os comportamentos da alma, aquele choro sem uma razão, aquela angústia, aquele peso no ombro, aquela vontade de se isolar, de não falar, ou de apenas não existir. 

E a cura é dar Luz a esse espírito sem pegar esse peso para nós, apenas mostramos o caminho, mostramos como deve ser o primeiro passo, que precisamos ter pensamentos positivos, que precisamos fazer nossas orações, que precisamos agradecer. É assim que mostramos o peso na bagagem do outro.

E isso é possível?

Sim, para isso não temos que olhar com pena e sim com o olhar do ensinamento, devemos mostrar qual medicamento vai auxiliar na cura da necessidade, as vezes nós somos este medicamento, pois enquanto auxiliamos o outro temos o entendimento que nossa essência busca. Na vida espiritual muitas vezes somos o alívio da dor do outro e no dia a dia também.  Exemplo: Às vezes você sente um sentimento tão confuso e aí você lembra de alguém que você conhece e que vai te ouvir e vai tirar essa confusão. Ou um filho doente que recebe os cuidados da mãe, o fato da mãe estar ali já é a cura de muitas necessidades. É aí que entra o ajuste, podemos ajudar, podemos ser o remédio, só não podemos tirar tudo do outro e colocarmos em nós.

E Não podemos esquecer do livre arbítrio que cada um tem, todos somos livres para escolhermos para qual direção podemos seguir. E claro que as escolhas terão consequências, mesmo na melhor das intenções, não podemos forçar a nossa ajuda, tendo em vista que cada um tem o direito de escolher, e mais, ajuda forçada não tem o efeito esperado, as vezes sem perceber acabamos invadindo o espaço do outro e deixamos com ele um sentimento de cobrança e pressão. E isso seria perturbador.

Quando pegamos o peso do outro as vezes ele consegue seguir, até encontrar um novo peso, e nós ficamos parados presos a uma montanha de bagagem. E ele tem o livre arbítrio de poder escolher outra bagagem, e essa pode ser ainda mais pesada, por isso não devemos simplesmente tirar e sim orientar. Mostrando que daquela forma não será bom para ninguém, dando direcionamento e mostrando que não devemos nos punir por tudo e sim começar a agir, buscando força, buscando respostas, ajuda, e nos fortalecendo sempre.

Lembrando que tudo passa, nenhuma situação é eterna, seja ela boa, ou difícil, ela vai passar.

Cada ser carrega a doçura e a amargura de ser quem é. E é esse entendimento que leva a evolução e diminui o peso da bagagem.

Faça da sua existência a seguinte percepção: imagine que você tem várias viagens a realizar e em cada uma delas o tamanho e o peso da bagagem vão diminuindo, ao chegar à última você terá apenas um peso mínimo que parecia impossível de chegar lá e na sua bagagem terá apenas o seu essencial. Só que para que isso aconteça a Bagagem TEM QUE SER COMO A SUA ESSÊNCIA, UNICAMENTE SUA. E de mais ninguém.

Lembre- se a maior forma de amar não é quando poupamos o outro da dor e sim, quando o ensinamos a passar por ela levando apenas o aprendizado, as feridas são importantes elas deixam cicatrizes que nos tornam fortes, quando olhamos para elas lembramos do que já passamos e achamos força para superar ainda mais obstáculos.

A dor não é uma vilã na maioria das vezes ela faz parte da nossa evolução.

Que as Luzes estejam sempre ao nosso lado e que nunca percamos o dom de enxergar a alma e não apenas a matéria, pois a matéria é como uma roupa que pegamos emprestada, um dia será devolvida. E a alma é nossa identidade nem o desencarne pode nos tirar. Por isso cuidemos dela, ela é nossa bagagem, é nela que guardamos nossos sentimentos, por isso não devemos carregar o que não nos pertence.

Na Glória de Deus e de Santo Tomás de Aquino.

GRATIDÃO

Patrícia Vieira Meli   

Aula Mar/2021